Como tudo começou
Em 1º de janeiro de 2010, um grupo de amigos do qual fazia parte Leonardo Rocha dos Santos - fundador e diretor da WN - desembarcou na Nigéria vindo do Brasil. Eles chegaram lá para uma viagem de um mês cujo objetivo era o de aprender mais sobre a praga das crianças estigmatizadas no sul da Nigéria e na África Ocidental em geral, e fazer algo para ajudar as crianças e suas famílias.
O que Way to the Nations tenta mostrar é que não importa no que você acredita, como você chama Deus e como o adora, se você è crente ou ateu, há apenas um princípio que deve governar a sua vida: essa regra é o amor. Onde há amor, há empatia, compreensão e ajuda mútua. O amor vence medos, torna as diferenças aceitáveis e as lutas da vida diária toleráveis. É através do amor que a superstição pode ser superada.
Na verdade, a superstição não é nada mais do que medo do desconhecido. Uma resposta irracional, as vezes perversa, mas sempre fácil às dificuldades da vida. Na Way to the Nations, ensinamos às crianças marginalizadas a amarem-se e a respeitar as suas famílias. O que elas se tornam depois de serem resgatadas, a maneira em que todas as crianças florescem, é o que faz abrir os olhos e superar o medo ás familias.
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DE UM PROJECTO EDUCATIVO PARA UM ORFANATO.
Leo partiu pela sua primeira viagem à Nigéria em janeiro de 2010, fortemente convencido de que o que ele havia aprendido através da mídia fosse exagerado. Quando ele chegou lá, infelizmente teve que perceber que a situação nas aldeias era muito pior do que ele esperava.
Antes de julgar o hábito de acusar as crianças de bruxaria, devemos lembrar que na cultura africana há uma forte ligação entre as dimensões espiritual e material da vida. De certa forma, não há separação entre os dois mundos, de modo que é normal conceber os espíritos como presença essencial e normal na vida diária. Se, em alguns aspectos, esta concepção do mundo enriquece, por outro lado, sob certas circunstâncias, como a pobreza extrema e a falta de educação, o conceito de inter-relação entre as duas dimensões pode determinar distorções. Por exemplo, as pessoas realmente pensam que uma criança inocente é uma bruxa que usa os seus superpoderes para prejudicar a família e/ ou a aldeia, e, portanto, merece morrer. Acresce o facto de que essa crença é muitas vezes encorajada por "curandeiros" locais, os quais vendem rituais para vencer os espíritos malignos, cujo preço as familias não chegam a pagar. Pode entender -se por que há tantas crianças excluídas, torturadas e forçadas a esconder-se no mato, por medo de serem assassinadas.
Então, de volta a como começou, Leo gosta de lembrar do Ezekias, a primeira criança que ele resgatou.
Ele tinha cerca de 8 anos de idade e tinha sido brutalmente espancado depois de ter sido acusado de ser bruxo. Seu cotovelo estava quebrado, e ele estava muito assustado. O Leo levou-o ao médico da aldeia, mas descobriu que tratava-se de uma senhora de boa vontade, apaixonada por ervas medicinais e nada mais. Então, levou-o para um hospital, pagou a cura e encontrou um lugar seguro num orfanato. Após este episódio, Leo decidiu voltar para a África novamente, apenas três meses após a primeira viagem. Ele continuou com o programa educacional, logo se envolvendo com os moradores. Ele rapidamente foi convidado a ir resgatar crianças em perigo.
No segundo semestre de 2010, Leo já havia alugado o primeiro pequeno apartamento que usou como esconderijo para algumas crianças e tinha empregado funcionários para cuidar delas. Era necessário que Leo alugasse a sua própria casa porque, logo depois de colocar as primeiras crianças num orfanato local, ele descobriu que alguns dos funcionários que trabalhavam lá acreditavam na bruxaria.
Foi assim que o Leo começou o que possivelmente foi a primeira estrutura dedicada exclusivamente ao resgate das crianças acusadas de bruxaria.